Os vulcões são fenômenos naturais que se localizam em áreas onde as placas tectônicas convergem-se, ou seja, entram em contato. Esses fenômenos, oriundos do interior da crosta terrestre, liberam um líquido viscoso e extremamente quente, o magma. Quando o magma é expelido para a superfície, recebe o nome de lava.
Como se forma um vulcão?
A maioria dos vulcões possui um formato bem similar: montanhas com formato em cone e uma abertura no cume, o ponto mais alto da estrutura. Contudo, vulcões e montanhas podem ter processos de formação geológica diferentes, apesar de que um vulcão é uma montanha, nem toda montanha é um vulcão.
Partes do vulcão
Apesar de possuírem formas variadas e ocorrerem em diferentes áreas do globo, os vulcões possuem uma estrutura comum.
Os vulcões são compostos de quatro partes:
- Cratera: cume do vulcão pelo qual o material é expelido durante a atividade vulcânica;
- Chaminé: passagem pela qual o magma sobe da câmara magmática até a chaminé;
- Cone: estrutura geológica dos vulcões;
- Câmara magmática: reservatório, abaixo do vulcão, de rocha derretida e magma, oriundos do manto. Nesse ponto, quando há pressão exercida do manto em relação às rochas, o magma é expulso, passando pela chaminé até a cratera, atingindo a superfície na crosta, seja no continente, seja no oceano.
Vulcões formam-se por meio do acúmulo de magma no interior da Terra, em áreas de contato das placas tectônicas. Essas placas estão sobre o magma, parte viscosa do manto responsável pelo movimento desses imensos blocos rochosos. A pressão e o calor existentes no manto e na movimentação circular do magma geram o acúmulo que precisa ser expelido para a superfície de alguma maneira.
Assim, fendas são abertas, em forma de cone, para que esse magma atinja a superfície, gerando erupções vulcânicas. Quando esse magma, de composição basáltica, atinge a superfície, temos a lava, um conjunto de rochas derretidas e em temperatura extremamente alta. Essas fendas ocorrem no contato das placas tectônicas, áreas que chamamos de zonas de subducção. Nessas zonas, a placa menos densa mergulha sob a mais pesada, geralmente placas oceânicas sob placas continentais, respectivamente.
No entanto, existem vulcões em áreas de afastamento de placa, pelo mesmo processo de pressão e acúmulo de magma já mencionado. Quando as placas oceânicas afastam-se, temos erupções vulcânicas submarinas. Essas erupções nos fundos dos mares são responsáveis pela expansão do assoalho oceânico, sendo 80% de todo o vulcanismo do planeta.
Como exemplo de erupções vulcânicas submarinas, citamos a Cadeia Mesoatlântica, localizada no oceano Atlântico e que marca os limites entre as placas Sul-Americana e Africana.
Tipos de vulcão
Cada vulcão tem a sua peculiaridade de acordo com seu grau de atividade. No entanto, a divisão dos vulcões baseada nesse critério é questionável, pois não podemos prever, com precisão, que um vulcão não entre em ação, lançando erupções vulcânicas.
Para fins didáticos, os vulcões são classificados em três tipos:
- Ativos: que estão instáveis e em constante atividade vulcânica, expelindo gases, lavas ou fluxos piroclásticos;
- Inativos (extintos): que não entram em erupção há determinado tempo e que, de acordo com previsões dos vulcanólogos, não entrarão tão cedo;
- Dormentes: que não estão em atividade vulcânica, mas que, a qualquer momento, podem demostrar sinais de atividade.
Erupção
As erupções vulcânicas são assustadoras. Estimativas apontam que 10% da população mundial habitam áreas próximas de vulcões, em atividade ou não.
Tais erupções, na maioria dos vulcões, não acontecem do nada. Um vulcão, ao entrar em atividade, dá sinais de que logo mostrará sua força. Tremores de terra, aberturas no topo da estrutura geológica, explosão de gases e nuvens de fumaça são alguns exemplos desses sinais.
Ao entrar em erupção, um vulcão destrói tudo que alcança com lava, fluxos piroclásticos, nuvens de dióxido de enxofre, gás carbônico e/ou ácido clorídrico.
A lava expelida pelo vulcão gera uma forte torrente, que desce da cratera, localizada no ponto mais alto, e sai queimando tudo que encontra, de vegetação a cidades inteiras. Pessoas são queimadas vivas, instantaneamente.
Os gases gerados pelas explosões, como o dióxido de enxofre, alcançam centenas de quilômetros, podendo asfixiar a população ou envenenar os pulmões. Dependendo da localidade e alcance desses gases e nuvens de fumaça, a vida urbana é interrompida, como em portos e aeroportos próximos de vulcões.
Vulcão no Brasil
Grande parte dos vulcões ativos do mundo está localizada em áreas de contato das placas tectônicas. Como o Brasil está no centro da placa Sul-Americana, não existem vulcões ativos em nosso país.
Entretanto, há alguns milhões de anos, nosso território era alvo de algumas erupções vulcânicas, em especial o Sudeste e o Sul do país. As ilhas oceânicas no litoral brasileiro são de origem vulcânica, formadas há milhões de anos. Segundo a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), com exceção de Abrolhos, as demais ilhas possuem composição basáltica, o que sugere atividades vulcânicas.
Principais vulcões do mundo
Os vulcões aguçam a curiosidade humana desde tempos remotos. Passando por civilizações antigas, que os veneravam como divindades mortais, até os turistas da atualidade, que buscam pelas mais variadas aventuras, os vulcões chamam atenção pela sua beleza, quando inativos, e pela sua força estrondosa, quando ativos.
Dessa maneira, esses fenômenos naturais espalhados pelo planeta revelam a beleza e a destruição que, simultaneamente, há na Terra.
De acordo com o CPRM, em conjunto com o Serviço Geológico do Brasil, existem cerca de 20 vulcões extremamente ativos pelo mundo e, aproximadamente, outros 1500 ativos, dormentes ou inativos.
Curiosidades sobre vulcões
Vejamos algumas curiosidades sobre esse fenômeno da natureza.
- Há uma área no mundo conhecida como Círculo de Fogo, pois é onde se tem a maior ocorrência de vulcões do planeta. Essa área é localizada entre a Ásia e a parte oeste da América, no oceano Pacífico.
- Os países com o maior número de vulcões ativos no mundo são: Chile, Japão e Indonésia.
- Há 111 anos, o vulcão Yasur, em Vanuatu, está em erupção. É o vulcão que está há mais tempo ativo no mundo.
- O maior vulcão do mundo, em altura, é o Ojos del Salado, com 6.893 m de altura, no Chile.
- O maior vulcão do mundo, em largura, é o Mauna Loa, no Havaí, com 4.169 m de altura e 90 km de largura.
- Em 1815, um vulcão na Indonésia matou 100 mil pessoas. É o maior número de vítimas fatais da história dos vulcões.
- O Kilauea, no Havaí, é o vulcão com atividades sísmicas mais recentes, além de ser o mais visitado do mundo.
- Na História, duas cidades foram completamente arrasadas por um vulcão: Pompeia e Herculano. O vulcão em questão é o Vesúvio, que não entra em erupção desde 1944.
- Os vulcões também já foram estrelas de cinema. Dentre os filmes que tiveram vulcões como pano de fundo para suas histórias, podemos citar:
– O inferno de Dante (1998)
– Volcano – a fúria (1997)
– O que eu mais desejo (2011),
– Pompeia (2014).
- O profissional que estuda os vulcões é o vulcanólogo.
- A palavra vulcão tem sua origem no deus romano Vulcano, deus do fogo.