Imensos paredões de pedra, águas de cor verde-esmeralda, volumosas cachoeiras. Passear pelos cânions de Furnas, em Capitólio, município de Minas Gerais, é observar o poder do homem sobre a natureza. Isto porque tal cenário deslumbrante formou-se apenas na década de 60, quando a hidrelétrica de Furnas desviou os cursos dos rios Grande e Sapucaí, dando origem ao Lago de Furnas, apelidado de “Mar de Minas” por sua grandiosidade. A região guarda ainda outras belas surpresas. A alguns quilômetros dali, São Roque de Minas e Sacramento são ideais para quem gosta de relaxar em contato com a natureza. Assim como Capitólio, as duas cidades têm partes de seus territórios localizados dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, reserva que reúne ainda áreas dos municípios de São João Batista do Glória, Delfinópolis e Vargem Bonita. A unidade de preservação ambiental é famosa por abrigar a nascente do Rio São Francisco, além de belas quedas-d’água e fauna e flora riquíssimas.
Paredões rochosos
Em janeiro de 1963, as comportas da hidrelétrica de Furnas, no Sul de Minas Gerais, foram fechadas pela primeira vez, transformando para sempre a paisagem local. Casas, fazendas e municípios foram inundados pelos rios Grande e Sapucaí, dando origem a um dos maiores lagos artificiais do mundo, o Lago de Furnas, com cerca de 1.440 km² de área. Para se ter uma ideia, é o equivalente a quase quatro vezes o tamanho da Baía de Guanabara. A suntuosa obra dividiu opiniões. Por um lado, a inauguração da usina — concebida no final dos anos 1950 por Juscelino Kubitschek e concluída durante o governo de João Goulart — afundou cidades inteiras, alterou de forma abrupta a vida das famílias e causou imenso impacto ambiental ao mudar o curso dos rios. Por outro, evitou que o País, em pleno crescimento, sofresse um colapso energético. Polêmicas à parte, o “Mar de Minas” criou cenários de beleza única nos 34 municípios banhados por ele, entre eles Capitólio, com os imponentes cânions de Furnas. Antes da criação do Lago de Furnas, a área era composta de fendas e enormes paredões de quartzo cortados por riachos. Com a grande quantidade de água, as tímidas formações hidrográficas ganharam volume e se transformaram em piscinas, fazendo dos cânions corredores por onde passam barcos, lanchas e chalanas.
Fonte: Te Vejo pelo Mundo / Fotos: Lu Guimarães Azul Revista Digital