Questão de História – UNICAMP 2022 – Na Europa medieval cristã, prevalecia a ideia de que a morte era a transição para uma vida espiritual plena. Os ritos fúnebres buscavam assegurar uma passagem organizada para esse outro plano e evita-se mostrar o processo de decomposição dos corpos. A chegada da peste negra rompeu com essa concepção. De acordo com a historiadora Juliana Schmitt, a doença deixava marcas no corpo, as pessoas morriam de repente, algumas em locais públicos. A ideia apaziguadora da morte, na concepção cristã, foi substituída pela ideia de morte caótica, causada pela peste. As imagens cotidianas relacionadas ao surto da doença passaram a ser reapresentadas no campo das imagens e na literatura, no que hoje se conhece como “estética macabra”. O que caracteriza as obras macabras é a ênfase dada aos processos de decomposição do corpo. A estética é anterior ao período medieval, mas foi impulsionada pela peste negra.
ALTERNATIVA D
O texto e a imagem da questão fazem referência à “estética da morte”, descrita no texto e surgida a partir da peste negra no período medieval. Além de afetar a representação artística da morte, a pandemia transformou a própria concepção que se tinha da morte, que deixou de ser vista como passagem serena e organizada para o além, e passou a ser vista como algo caótico e desordenado. A forma da “estética macabra” inclui uso de imagens de cadáveres e esqueletos, conforme afirmado na alternativa D e percebido na imagem.
Questão de História – UNICAMP 2022 – Na Antiguidade Clássica, os gregos sabiam que a terra era redonda. Supunha-se, porém, que, se existisse gente do outro lado do globo, elas viveriam de pernas para o ar, uma vez que, nessa época, não havia ainda notícia da força da gravidade. Sobre a percepção da Terra e a ciência nos Descobrimentos, há um público que pensa na modernidade científica como algo do século XVII, esquecendo que uma nova mentalidade empírica com implicações tecnológicas motivou os Descobrimentos portugueses. O norteamericano Washington Irving e o francês Antoine-Jean Letronne, em finais do século XIX e princípios do XX, difundiram o mito da “terra plana”, o que logo ganhou adeptos. De acordo com os autores desse mito, Colombo teria proposto a D. João II sua teoria supostamente revolucionária da esfericidade da terra. O rei teria reunido seus especialistas, que rejeitaram a proposta porque achavam que a terra era plana. A viagem de Colombo com a descoberta das Américas, todavia, confirmaria a redondeza da Terra. O mito, porém, prevaleceu. No entanto, a realidade é deveras fascinante.
ALTERNATIVA A
O texto apresenta um longo histórico do mito da terra plana, começando com a lembrança de que os gregos já possuíam o conhecimento sobre a esfericidade da terra. Bem mais tarde, no século XIX, a ideia da terra plana foi difundida, inclusive fazendo relação a processos históricos como as Grandes Navegações ibéricas. A alternativa correta reproduz essas informações com outras palavras e chama atenção para a permanência desse mito na atualidade.
Questão de História – UNICAMP 2022 – A rainha Nzinga (1624-1663), governante seiscentista do Ndongo, um reino da África Central situado na atual Angola, chegou ao poder graças à sua competência militar, à diplomacia bem sucedida, à manipulação da religião e de conflitos entre potências europeias. Ela criou as condições para a primeira sublevação popular mbundu contra a exploração portuguesa ao atrair para sua causa os chefes que estavam sob influência europeia. Depois conquistou o reino vizinho de Matamba e o governou por três décadas junto com o que restou do poderoso reino Ndongo; desafiou treze governadores portugueses que regeram Angola entre 1622 e 1633. Apesar de seus feitos e o longo reinado, comparável ao de Elizabeth I (1503—1603) da Inglaterra, ela foi desacreditada pelos contemporâneos europeus e por autores posteriores.
ALTERNATIVA A
Tendo governado uma região na atual Angola, a rainha Nzinga Mbandi (1624-1663) assegurou seu poder através de conflitos e também de negociações que envolveram tanto os europeus como povos africanos. Nzinga liderou guerras que impediram a plena conquista de Portugal sobre Angola em grande parte do século XVII. Simultaneamente, seu reinado se beneficiou do envio, às rotas internacionais do comércio de africanos escravizados, de seus rivais derrotados militarmente, o que fortaleceu o governo de Nzinga.
Questão de História – UNICAMP 2022 – A sociedade é uma benção, mas o governo, mesmo em seu melhor estado, é apenas um mal necessário. No seu pior estado, é um mal intolerável, pois quando sofremos ou ficamos expostos, por causa de um governo, às mesmas desgraças que poderíamos esperar em um país sem governo, nossa calamidade pesa ainda mais ao considerarmos que somos nós que fornecemos os meios pelos quais sofremos. Há algo de muito ridículo na composição da monarquia; primeiro ela exclui um homem dos meios de informação, mas lhe permite agir em casos que requerem capacidade superior de julgamento. A posição de um rei o aparta do mundo; no entanto, a atividade de um rei exige que ele conheça perfeitamente o mundo. Com isso, as diferentes partes, opondo-se de forma antinatural e destruindo uma à outra, provam que essa figura é absurda e inútil. (Adaptado de Thomas Paine, Senso comum e os direitos do homem. L&PM Pocket. Edição do Kindle – posição 32 a 138.)
ALTERNATIVA B
O inglês Thomas Paine (1737-1809) teve participação ativa nas Revoluções Americana e Francesa, na condição de teórico e defensor do liberalismo. O excerto reproduzido na questão mostra sua oposição ao regime monárquico, reconhecendo que este apresentava uma grave contradição: na monarquia, a sociedade entregava ao rei os poderes de governo, mesmo que o soberano não estivesse qualificado para a função; mas, simultaneamente, não dispunha de meios para controlar o poder real.
Questão de História – UNICAMP 2022 – Não parece ser obra do acaso a preservação da unidade territorial do Império do Brasil, quando comparada à fragmentação política experimentada pelos antigos vicereinos hispano-americanos, entre 1810 e 1825. Em Lisboa, no âmbito da Sociedade Real Marítima e Militar (1798- 1807), foram preparadas memórias históricas, corográficas e roteiros hidrográficos redigidos pelos engenheiros militares e navais. Esta documentação serviu à diplomacia do Império brasileiro nos tribunais internacionais; mas também, muniu, internamente, a organização das expedições de conquista territorial, levadas ao cabo pelas elites regionais antes e após a Independência.
A) o processo de fragmentação política da América hispânica durante o período da independência foi similar ao processo histórico da independência no Brasil.
B) na Sociedade Real Marítima e Militar, os estudos dos engenheiros militares e navais eram documentos públicos amplamente divulgados em livros didáticos da época.
C) a documentação da Sociedade Real Marítima e Militar foi usada, no Brasil, na fundação do Estado e no reconhecimento territorial da nação.
D) as elites regionais, formadas em Direito, atuaram na formação do território brasileiro, pouco dialogando com os estudos de engenharia militar.
ALTERNATIVA C
Ao analisarem o território do Brasil Colônia no século XVIII, os estudos elaborados pela Sociedade Real Marítima e Militar se debruçaram sobre uma região que passava por uma crescente integração territorial (seja pelas atividades que contribuíram à interiorização da colonização, como a mineração, ou mesmo pelo Tratado de Madri, de 1750). Sendo assim, no século XIX, uma vez consolidada a independência do Brasil (1822), as autoridades do recém-fundado Estado nacional se valeram também das publicações da Sociedade Real Marítima e Militar de Lisboa, que já haviam previamente reconhecido a extensão territorial ampliada do Brasil. Tratava-se de uma estratégia para assegurar a legitimidade da soberania brasileira sobre os territórios da nova nação.
Questão de História – UNICAMP 2022 – No início da década de 1920, o Brasil se preparou para celebrar os cem anos de sua independência na Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil, um de seus momentos simbólicos mais significativos. Ocorrido na cidade do Rio de Janeiro, entre 7 de setembro de 1922 e 2 de julho de 1923, o evento mobilizou grandes recursos financeiros e foi responsável pela reordenação do espaço urbano. O Estado, por meio da comissão organizadora do evento, incentivou pela primeira vez a realização de documentários fílmicos.
ALTERNATIVA C
As comemorações do Centenário da Independência, incluindo a utilização do cinema para propagar o evento, constituíram uma continuidade, ainda que engrandecida, da apresentação do Brasil República como o período de integração do País no concerto das nações mais adiantadas do mundo ocidental.
Questão de História – UNICAMP 2022 – É uma tarefa difícil realizar um diagnóstico do tempo presente. Definir o presente como “época”? Os marcos canônicos (geralmente de natureza política) variam, sabidamente, ao gosto das experiências nacionais. Na França, na península Ibérica e no Brasil, o marco que define o início da história contemporânea é a Revolução Francesa. Na Alemanha e na Inglaterra, o historiador que se dedica à história contemporânea trabalha preferencialmente com eventos posteriores à II Guerra Mundial. Contemporânea, na Rússia, é a história posterior a 1918. Na Itália, por sua vez, trata-se do período que advém após o Congresso de Viena (1814-1815).
ALTERNATIVA C
Questão de História – UNICAMP 2022 – No Brasil, um exemplo de história que precisa ser narrada é a dos movimentos em defesa dos direitos que hoje reconhecemos como movimentos LGBTQIA+. Tais movimentos eclodiram como um ato de resistência em plena ditadura civil-militar, marcada pela repressão e por ideais conservadores. Naquele contexto, a busca por visibilidade passou a ser compreendida como um dos elementos fundamentais para a conquista da cidadania. Entre outras coisas, os ativistas defendiam que os direitos políticos, sociais e civis tornam-se socialmente legítimos para os cidadãos quando envolvem o direito aos meios de comunicação e à livre expressão.
ALTERNATIVA B
Questão de História – UNICAMP 2022 – A grande recusa do corpo não se dá apenas no campo da sexualidade. A luxúria passa a ser cada vez mais associada à gula. Por isso, as recomendações da Igreja passam a se dirigir tanto à carne quanto à boca. Os pecados da carne e os pecados da boca passam a caminhar de mãos dadas. Assim, a embriaguez é reprimida também como forma de controlar os “camponeses e os bárbaros”, muito apreciadores de bebedeiras. A indigestão é igualmente associada ao pecado. A abstinência e o jejum dão o ritmo, portanto, do “homem medieval”. Gordo oposto ao magro, Carnaval que se empanturra contra Quaresma que jejua. A tensão atravessa o corpo medieval.
O texto evidencia a tentativa por parte da Igreja Católica de estender sua autoridade aos fiéis por meio do controle do corpo, utilizando-se do julgamento moral para estabelecer os limites do permitido e do proibido em relação à alimentação, extrapolando assim a fronteira antes estabelecida em termos de sexualidade. Com isso, a Igreja determinava ao fiel reprimir os desejos da carne para alimentar a alma, na medida em que os rituais religiosos estavam mais associados ao jejum e ao comportamento monástico do que às celebrações pagãs e aos exageros.
Tanto para a sociedade medieval, como colocado pelo texto, quanto na sociedade contemporânea estimula-se a busca pelo corpo magro, porém sob óticas distintas. De um lado, a motivação religiosa medieval em estimular os corpos magros relaciona-se a um esforço em canalizar as energias do fiel para a nutrição da alma, ampliando assim a capacidade de influência da Igreja sobre a cristandade ocidental, em nada referindo-se à sexualidade e sensualidade dos corpos, reprimidas no universo católico medieval. Por outro lado, a percepção contemporânea se associa a um determinismo estético imposto pela mídia e pela produção cultural, irremediavelmente com algum apelo sexual.
Questão de História – UNICAMP 2022 – “Mas, enquanto isso, e os escravos? Eles ouviam falar da Revolução e conceberam-na à sua própria imagem. (…) Antes do final de 1789, houve levantes em Guadalupe e na Martinica. Já em outubro, em Forte Dauphin, um dos futuros centros da insurreição de São Domingos, os escravos estavam se agitando e realizando reuniões de massas nas florestas durante a noite. Na Província do Sul, observando a luta entre os seus senhores a favor e contra a Revolução, eles mostraram sinais de inquietação. (…) Pela dura experiência, aprenderam que esforços isolados estavam condenados ao fracasso, e nos primeiros meses de 1791, dentro e nos arredores de Le Cap, eles estavam se organizando para a Revolução. O vodu era o meio da conspiração. Apesar de todas as proibições, os escravos viajavam quilômetros para cantar, dançar, praticar os seus ritos e conversar; e então, desde a Revolução, escutar as novidades políticas e traçar os seus planos.”
Realização de reuniões em florestas durante a noite. As reuniões eram realizadas nas florestas, em distâncias consideráveis dos engenhos ou de locais em que pudessem ser supervisionados e capturados pelos seus proprietários ou capatazes. Utilização do vodu como principal meio de conspiração. O vodu praticado no Haiti e por demais descendentes da diáspora negra para Estados Unidos e para América do Sul, era uma religião baseada no culto aos espíritos ancestrais e entidades conhecidas como loas. A partir de músicas, culto aos antepassados e danças rituais, foi que os escravizados conseguiram fortalecer a sua identidade de grupo e ganhar força para lutar contra os colonizadores franceses e conquistar a independência.
Temor de que o processo revolucionário se espalhasse pelo restante da América, com outras lutas lideradas por escravizados culminando em processos de independência. Este temor foi muito forte no Brasil, pois mesmo após obter a sua independência em 1822, o Brasil manteve a escravidão até 1888, diferentemente das demais colônias da América, as quais (em sua maioria), promoveram a liberação de seus escravizados entre 1820 e 1850. É possível inclusive afirmar os processos de independência da América Espanhola foram acelerados pela elite econômica (os chamados criollos), pois eles temiam uma independência de caráter popular, tal como no Haiti. Queda da produção de açúcar no Haiti (Antilhas), gerando grande aumento da produção de açúcar no Brasil.
Questão de História – UNICAMP 2022 – Durante muito tempo – e ainda hoje – despejou-se um discurso moralizante sobre os índios. Considerando os Aimorés, não se trata apenas de uma tribo nem de um mesmo grupo etnolinguístico; trata-se, antes, de uma denominação genérica que podia ser aplicada a vários grupos, em geral Tapuias. Neste rol de Tapuias, incluíam-se os que viriam a ser chamados de Botocudos durante o século XIX e Krenak no século XX. Há uma carência de fontes escritas em relação a esses Aimorés. O nome foi a marca forte que os registros históricos deixaram sobre esses grupos indígenas. Essas nomeações não eram assumidas por eles, sendo uma identidade atribuída pelos adversários.
O texto da questão critica a denominação genérica atribuída aos indígenas que foram denominados de Aimorés. Segundo o próprio texto, tal denominação também poderia ser atribuída aos Tapuias (chamados de Botocudos no XIX e Krenak no XX). Ainda segundo o texto, o nome Aimoré nunca foi assumido pelos próprios indígenas, sendo na realidade uma identidade atribuída pelos adversários (sobretudo os colonizadores).
Uma das principais características do romantismo é o nacionalismo e a consequente busca de heróis nacionais. Na Europa os heróis nacionais foram os cavaleiros medievais. Já no Brasil, “como não houve Idade Média”, os índios foram considerados os heróis. Desta forma, o índio foi descrito pelo romantismo como um forte guerreiro, bondoso e inocente (o bom selvagem) e que deu a sua vida para a construção do Brasil, sendo assim um elemento determinante para a constituição de nossa identidade nacional.
Questão de História – UNICAMP 2022 – Luís Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882) foi um abolicionista, orador, jornalista e escritor brasileiro. Nascido de mãe negra e pai branco, foi, contudo, escravizado aos 10 anos de idade e permaneceu analfabeto até os 17 anos. Conquistou judicialmente sua liberdade e atuou na advocacia em prol dos escravizados. Entre seus poemas, lê-se:
Dois aspectos que podem ser apontados limitantes ao mundo das ciências e das letras eram a pobreza e o racismo. Durante o século XIX, a formação acadêmica era dificultada, pois não havia um sistema público de ensino, marginalizando a maioria da sociedade, apenas grandes comerciantes ou fazendeiros conseguiram propiciar aos seus herdeiros acesso à educação. Já o racismo se evidencia em decisões arbitrárias que impediam negros de ingressarem em universidades. No caso de Gama, houve a recusa por parte da faculdade de direito do largo São Francisco que recusou a entrada do abolicionista, sem qualquer motivo plausível. Ficou evidente o racismo estrutural.
Podemos apontar dois significados importantes nesses títulos: o fortalecimento da luta antirracista e a expansão do ensino superior a pessoas de origens sociais mais humildes. Durante o século XXI, a luta pelo reconhecimento de personagens que lutaram pela abolição da escravidão permitiram que pessoas como Gama tivessem um valor ressignificado na sociedade. A partir das últimas décadas, observa-se uma política de ingresso nas universidades, fornecendo cotas raciais e sociais com o objetivo de garantir maior diversidade nas instituições públicas, ao reconhecer Luís Gama como advogado, fica evidente a tentativa de reconhecer o pioneirismo do personagem um século e meio antes.
Questão de História – UNICAMP 2022 – Trinta anos atrás, um muro veio abaixo, marcando o início do que parecia ser uma nova era de abertura e internacionalismo. Em 1987, o presidente Ronald Reagan foi ao Portão de Brandemburgo, na Berlim dividida, e desafiou seu homólogo na União Soviética: “Sr. Gorbachev, derrube este muro!”. Dois anos depois, o muro caiu. Berlim, a Alemanha e, por fim, a Europa estavam unidos de novo. Nos últimos anos, o apelo “Derrube este muro!” tem perdido para a “mentalidade de fortaleza”. Pelo menos 65 países, mais de um terço dos Estados-nações do planeta, construíram barreiras ao longo de seus limites; metade das que foram erigidas desde a Segunda Guerra Mundial surgiram entre 2000 e agora.
A partir do texto e de seus conhecimentos, responda:
Berlim era dividida entre a porção ocidental, adepta do capitalismo, enquanto sua porção oriental seguia o sistema socialista. A Primeira encontrava-se dentro do órbita de influência norte-americana, enquanto a segunda sob a órbita soviética. Apesar da porção ocidental pertencer à Alemanha Ocidental, todo o território da cidade estava contido nas fronteiras da Alemanha Oriental. Por fim, enquanto a economia de mercado era dominante em Berlim Ocidental, a economia planificada preponderava no lado oriental.
Questão de História – UNICAMP 2022 – “E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo diante da chacina
O massacre do Candiru perpetrado, em 1992, pela polícia militar, configurou-se como um crime contra os direitos humanos, pois a polícia, enquanto braço armado do estado, deveria salvaguardar o cumprimento das leis e o massacre mostra justamente o contrário, pessoas executadas sem julgamento, violando o direito à vida e a dignidade. O perfil das vítimas era, predominantemente, de pretos, pardos e pobres.
Duas mudanças que podem ser identificadas foram a Lei da Anistia de 1979 e a promulgação da constituição de 1988. A Lei da Anistia permitiu que exilados políticos pudessem regressar ao país sem que fossem processados pelo estado, foi uma importante conquista para pessoas que lutaram pela democracia, durante a ditadura miliar. Já a Constituição de 1988, garantiu direitos humano basilares, como a criação de um sistema de saúde pública (SUS), direito à liberdade de expressão, direito a habitação, além de outras conquistas importantes. O candidato poderia mencionar a criação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), em 1990.